No âmbar (resina fossilizada de árvores) da região de Cambay, noroeste da Índia, já foram encontradas formigas, abelhas e outros insetos preservados com dezenas de milhões de anos. Agora, análises realizadas em outras amostras do âmbar de Cambay mostraram hepáticas e musgos, plantas do grupo das briófitas, um dos primeiros vegetais a ocupar a Terra. Os fragmentos de folhas e caules têm estimados 52 milhões de anos, época em que as florestas de angiospermas, plantas com flores e frutos, começaram a se formar (PLOS One, 31 de maio). Pesquisadores encontraram no âmbar partes bem preservadas de uma hepática, o que permitiu a descrição de uma nova espécie, chamada Microlejeunea nyiahae, que se torna a representante mais antiga da família Lejeuneaceae, a mais diversificada entre as hepáticas. Botânicos da Alemanha, Malásia, Austrália, Suécia, Hungria, Índia, Estados Unidos e Brasil – Denilson Peralta, do Instituto de Botânica (IBt) de São Paulo – participaram da caracterização dessa nova espécie já extinta de briófita. A descoberta amplia o conhecimento sobre os processos de espécies nesse grupo de plantas e indica que outros seres desconhecidos ainda podem sair do âmbar indiano.
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