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Zoologia

Calor e dieta levam primatas arborícolas a viver no chão

Lêmure da espécie Hapalemur meridionalis se alimentando em Madagascar

Timothy Epple

Macacos, lêmures e outros primatas das Américas e de Madagascar vivem a maior parte do tempo em árvores, enquanto seus parentes de grande porte na África (gorilas e chimpanzés) e na Ásia (orangotangos) pouco saem do chão. Em um estudo liderado pelo zoólogo Timothy Eppley, da Universidade Estadual de Portland, Estados Unidos, um grupo de dezenas de pesquisadores, vários deles brasileiros, analisou 150 mil horas de observação de 47 espécies de primatas arborícolas a fim de identificar quais características levam algumas delas a passar mais tempo no chão. A transição da vida nas árvores para a terrestre ocorreu várias vezes ao longo da evolução dos primatas, e os pesquisadores suspeitam que as alterações na natureza provocadas pela ação humana possam forçar muitas espécies arborícolas a viver mais no solo. Fatores ecológicos, como o aumento da temperatura e a redução do dossel das árvores, e características típicas das espécies (dieta com menos frutas e grupos mais numerosos) favorecem a adoção de hábitos mais terrestres (PNAS, 10 de outubro). Segundo os autores, com as alterações no ambiente e no clima, as espécies de regiões mais quentes e dieta mais genérica devem passar a usar mais o chão.

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