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Medicina

Câncer de mama em Goiânia

MIGUEL BOYAYANCâncer de mama em GoiâniaMIGUEL BOYAYAN

Quase 20 anos depois do acidente com material radiativo, aumentaram os casos novos de câncer de mama em Goiânia. A equipe coor­denada pelo médico Ruffo Freitas-Junior, da Universidade Federal de Goiás, avaliou os índices de tumor de seio entre mulheres em 1988 e comparou com as taxas de 2003. O número de casos só não  cresceu entre as mais jovens, com 20 a 29 anos. Nas mulheres entre 30 e 49 anos, o número de casos dobrou. E aumentou quase quatro vezes entre aquelas na casa dos 50 aos 59 ou com mais de 80. Segundo Freitas-Junior, esse incremento nada tem a ver com a contaminação radiativa de 1987, quando parte de um aparelho usado em radioterapia contendo césio-137 foi furtado de uma clínica abandonada. “Felizmente, o acidente com o material radiativo afetou poucos quarteirões na região central da cidade”, conta, “e o número de casos não aumentou nas mulheres mais suscetíveis à época, que tinham entre 15 e 25 anos”. A razão do aumento? Não se sabe ao certo, mas Freitas-Junior aposta no uso da reposição hormonal pelas mulheres na menopausa, por volta dos 50 anos; e na disseminação da mamografia, que aprimorou a detecção dos tumores no seio. O médico atribui parte do crescimento ao consumo de álcool, ao sedentarismo, ao uso prolongado de pílula anticoncepcional e à redução do número de gestações.

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