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Brasil

Captura de polvos com potes plásticos

Alguns navios pesqueiros do litoral paulista estão, desde o final de 2002, capturando polvos com potes plásticos. Esse sistema de pesca resultou de um estudo sobre a dinâmica populacional e a avaliação de estoques do polvo comum (Octopus vulgaris) no Sudeste e Sul do Brasil, com apoio da FAPESP, desenvolvido por Acácio Ribeiro Gomes Tomás, do Instituto de Pesca, órgão ligado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento. “O trabalho apresentou resultados bastante promissores com relação à captura de polvos, considerando que a população desova ao longo de todo o ano e atinge a maturidade sexual com cerca de 9 meses e pouco mais de 1 quilo”, relata Tomás.

Ele explica que essa forma de pesca permite selecionar os animais por tamanho e promove a possibilidade de exploração mais racional, uma vez que, ao ampliar o número de refúgios, reduz a competição pelo território, uma das principais razões da elevada mortalidade natural entre esses moluscos. Os primeiros potes de captura, usados como refúgio pelos polvos para se proteger durante o dia, foram feitos com duas telhas de barro adaptadas por sugestão de um pescador de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.

Normalmente eles são lançados sobre fundos de cascalho, a até 130 metros de profundidade, em número que varia de 50 a mais de 2 mil, dependendo da região. Inicialmente foram testados por uma comunidade de pescadores do Guarujá. Passado algum tempo, alguns donos de navios também começaram a adotar esse sistema, utilizado há bastante tempo em muitos países da Europa, Ásia e América. No final do ano passado, quando os potes de plástico tinham substituído os de barro, com resultados bem melhores, oito armadores já haviam aderido a essa forma de pesca.

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