Eduardo CesarGraduado em engenharia de produção mecânica, em 1986, na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), Bremer fez doutorado na USP e pós-dou-to-rado na Universidade de Aachen, na Alemanha, entre 1996 e 1997. Foi coordenador do Núcleo de Manufatura Avançada (Numa) em São Carlos. Em 2001, aos 37 anos, ele pediu afastamento da USP.
Por que deixou a USP?
Em 1999, nosso grupo do Numa ganhou o prêmio das Américas da SAP [empresa que desenvolve softwares de negócios]. Estudamos os sistemas de gestão da SAP e verificamos alguns problemas na implementação. Pegamos a bagagem conceitual e olhamos a cadeia de valor das empresas [atividades para execução das estratégias] e como isso seria usado na integração dos modelos de gestão. Em 2001 recebi um convite da Deloitte para trabalhar na empresa. Pedi afastamento da USP por dois anos. Inicialmente, fui eu e mais quatro do Numa, sendo
dois doutores e dois mestres.
Como nasceu a Axia?
Em 2003 resolvemos montar nosso próprio negócio. O mesmo grupo de pesquisa que foi para a Deloitte montou a Axia. A ideia era ser uma empresa de nicho, pequena. Mas em 2012 já éramos 140 funcionários e tínhamos uma filial em Atlanta, nos Estados Unidos, com um faturamento de R$ 35 milhões por ano. Contratamos mais de 30 profissionais do Numa e trabalhamos principalmente com grandes empresas brasileiras, como Perdigão, Gerdau e Alpargatas. Em 2012, a Ernst & Young Terco começou a investir em consultoria de cadeia de valor e eles fizeram um convite para a Axia ser incorporada, inclusive todos os funcionários. Aceitamos porque nos foi dada a possibilidade de implementar a plataforma global de Value Chain da Ernst que atua em mais de 100 países.
A relação com a universidade continua?
Temos convênios com a USP e dois ex-funcionários da Axia viraram professores da USP de São Carlos. Acredito que possamos ter um canal mais formal entre o que a universidade desenvolve e pode ser aplicado e o que a indústria está precisando e a universidade pode estudar.