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Tecnociência

Carros econômicos e futuristas

Rodar o maior número de quilômetros com 1 litro de gasolina (km/l) é o objetivo de todas as montadoras de veículos e também, de forma avançada, de grupos de estudantes e professores em todo o mundo. No Brasil, dois desses grupos têm se destacado na produção de carros especiais, com concepções futuristas, capazes de rodar até 700 km/l. Sob a coordenação do professor Ricardo Bock, do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), de São Bernardo do Campo (SP), alunos da graduação lançam, neste mês, o quarto veículo da série supereconômicos.

É o X-13, equipado com motor de gerador de eletricidade, com 5,5 cavalos de potência e capacidade volumétrica de 0,16 l, medidas equivalentes a 16% de um motor 1.0 usado nos carros populares. Sem acelerador, o veículo deverá rodar até 45 km por hora (km/h), com um sistema elétrico que corta a ignição nessa velocidade, religando a 15 km/h para aproveitar a inércia e percorrer mais quilômetros sem gastar gasolina. As rodas dianteiras seguem a tendência do X-12, do tipo orbital, em que o apoio não é feito por um eixo, mas por pequenas roldanas dentro da roda, diminuindo assim a força lateral dos sistemas convencionais.

“Nossa intenção é que o X-13 atinja os 1.000 km/l, superando o X-11, que percorreu 760 km com 1 litro”, diz Bock. O X-12 não passou por medição completa. O professor pretende levar, pela primeira vez, um carro da FEI para a mais importante competição desse gênero, a Eco-marathon, patrocinada pela Shell, que em 2004 chega à 20ª edição. Realizada na cidade de Nogaro, na França, a disputa contou, em quatro edições, com equipes das mineiras Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e Universidade Federal de Itajubá (Unifei). “O nosso protótipo chamado Sabiá 3 ganhou o prêmio especial de design em 2000”, conta o professor Róber Botelho, da Escola de Design da UEMG.

Em 2002, o Sabiá 4 teve problemas técnicos e não competiu. “Mas ele foi escolhido para ilustrar o cartaz da competição neste ano”, diz Botelho. Até fevereiro, a UEMG deverá estar com o Sabiá 5 pronto para participar da disputa em maio. Bock, da FEI, está conversando com outros grupos para preparar uma competição no Brasil em 2004. “Queremos ganhar experiência para vencer na França dentro de quatro ou cinco anos.” O desafio é grande. O ganhador deste ano – uma equipe francesa do Liceu Privado Técnico Industrial Saint Joseph – atingiu a incrível marca de 3.103 km com 1 litro de gasolina.

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