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Saúde

Casos de gripe aumentam com incêndios florestais

Diego Cardoso / picture alliance via Getty ImagesBombeiros combatem o fogo em território Kadiwéu, em Mato Grosso do Sul, em setembro de 2024Diego Cardoso / picture alliance via Getty Images

Mais uma consequência desagradável da fumaça de incêndios florestais: aumenta o risco de contrair gripe. Uma análise fundamentada em dados por satélite de 510 áreas no Brasil de 2009 a 2019 registrou 13% mais diagnósticos de influenza associados ao aumento na concentração de material particulado resultante de queima de biomassa. Neste estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, e da Universidade de São Paulo (USP), quase 12% dos casos de gripe podem ser atribuídos a esse tipo de poluição. O patologista da USP Paulo Saldiva, um dos autores do trabalho, explica que as partículas carregam os vírus para partes mais profundas do pulmão e causam inflamação nas células do sistema respiratório. Segundo ele, além da coincidência temporal entre queimadas e diagnósticos, é relativamente fácil estabelecer a correlação porque os incêndios são mais frequentes na estação quente, que não tem alta incidência de influenza. A vacinação ajuda a minimizar as infecções e sua gravidade, mas as campanhas começam antes do inverno. A estratégia precisaria ser repensada para ser eficaz na estação mais seca (Journal of Hazardous Materials, 5 de setembro).

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