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Tecnociência

Causa potencial da morte súbita

A mãe vai dar a habitual olhadinha no berço e de repente descobre que o bebê não está mais respirando. Até hoje misteriosa, a morte súbita, que apresenta uma prevalência de 0,67 caso para cada mil crianças recém-nascidas, ganhou uma potencial causa biológica: falhas no processamento do neurotransmissor serotonina no cérebro. Na edição de 1º de novembro da revista JAMA, médicos do Hospital de Crianças de Boston descrevem anormalidades no tronco cerebral – uma parte do cérebro que regula respiração, pressão sangüínea e controle da temperatura corporal – em bebês que morreram da síndrome da morte súbita infantil (SIDS, na sigla em inglês). A equipe coordenada pelo neuropatologista Hannah Kinney e pelo neurologista David Paterson examinou 31 bebês que tinham morrido de SIDS e 10 de outras causas. Observando a parte mais inferior do tronco cerebral, conhecida como medulla oblongata, os pesquisadores encontraram anormalidades nas células nervosas que produzem e usam serotonina, um dos mais de cem compostos químicos do cérebro que transmitem mensagens de uma célula nervosa a outra. Com base nesses achados, Kinney, Paterson e colaboradores esperam desenvolver um teste para identificar os recém-nascidos de maior risco. Eles também imaginam um medicamento ou outro tipo de tratamento que possa proteger os bebês com deficiência de serotonina.

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