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Brasil

Ciência e ecologia em simbiose

Um programa criado para prevenir o impacto de acidentes ecológicos na bacia do rio Solimões, a terceira maior fonte de petróleo do país, tornou-se um celeiro de pesquisas e de informações sobre a Amazônia. O projeto Piatam (Potenciais Impactos Ambientais no Transporte Fluvial de Gás Natural e Petróleo na Amazônia), no qual trabalham 108 técnicos e pesquisadores, produziu um inédito levantamento sobre a biodiversidade da região. Foram identificados, por exemplo, 98 espécies de peixes da bacia e mapeados os mais vulneráveis a derramamentos de óleo.

Também foram registradas 30 espécies de plantas aquáticas das várzeas. O projeto foi iniciado em 1999 pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), para reduzir riscos de acidentes na exploração petrolífera às margens do rio Urucu e no transporte de petróleo e gás ao longo do Solimões. A Petrobras abraçou o projeto, investindo R$ 1,65 milhão entre 2002 e 2003. O projeto mobiliza pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), entre outros.

A UFRJ criou um modelo computacional sobre a dinâmica dos rios que permite avaliar se, em caso de enchente, há possibilidade de o óleo derramado invadir a várzea e os lagos próximos. O sucesso do programa já inspira outro Piatam, para monitorar a costa do Pará, Amapá e Maranhão, rota de navios petroleiros. “O Piatam está induzindo a formação de pessoal especializado em diversas áreas”, diz Alexandre Rivas, coordenador do projeto e diretor do Centro de Ciências do Ambiente da Ufam.

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