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Boas práticas

Cientistas noruegueses admitem ter cometido práticas científicas questionáveis nos últimos anos

Faculdade de Direito da Universidade de Bergen, Noruega

Andreas Sandberg

Pouco mais de 2,9 mil pesquisadores noruegueses admitiram ter se envolvido em práticas científicas questionáveis nos últimos três anos. O resultado consta de um estudo desenvolvido em 2018 no âmbito do projeto Research Integrity in Norway.

Os participantes (7.291, no total) foram convidados a responder a um questionário – enviado pelos autores do trabalho por e-mail –, no qual poderiam sinalizar a frequência com que haviam empreendido nove práticas científicas questionáveis. Entre elas estavam criar a impressão de ter consultado fontes primárias copiando citações de terceiros, fatiar uma descoberta para transformá-la em vários artigos ou mesmo incluir referências irrelevantes ou desnecessárias em seus papers com o objetivo de aumentar o número de citações de colegas ou periódicos.

Quarenta por cento dos entrevistados afirmaram ter se envolvido em práticas dessa natureza pelo menos uma vez nos últimos três anos. Curiosamente, muitos deles concordaram que elas são problemáticas em algum nível. Os pesquisadores também foram questionados sobre plágio, falsificação e fabricação de dados. Nesse caso, o percentual dos que admitiram ter cometido essas práticas ao menos uma vez nos últimos três anos ficou na casa do 0,07%. A Noruega tem investido em múltiplas medidas para aumentar a ética na pesquisa feita no país.

Para os autores do estudo, o entanto, é possível que elas sejam pouco eficazes. “O problema pode estar mais enraizado na cultura científica e em suas instituições”, escreveram. Os resultados foram publicados em dezembro na revista científica Science and Engineering Ethics, em um artigo assinado por pesquisadores da Universidade de Bergen e dos Comitês Nacionais de Ética na Pesquisa da Noruega.

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