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Ambiente

Combata a poluição plástica

Com este mote, ONU lança alerta para problemas urgentes no Dia Mundial do Meio Ambiente

Léo Ramos Chaves

Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebrado anualmente desde 1973, o Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, com o tema “Combata a poluição plástica”, destaca uma das causas de perda de biodiversidade no mundo.

Trata-se de um grave problema ambiental: milhões de toneladas de resíduos plásticos são descartados todos os anos, como mostrado por Pesquisa FAPESP em uma reportagem recente. Os plásticos demoram muitos anos para desaparecer.

Sacolas, garrafas PET, canudos e outros materiais poliméricos caem em rios e, por eles, alcançam o litoral. O Brasil lança 3,44 milhões de toneladas de lixo plástico no mar por ano, prejudicando organismos e ambientes marinhos.

Outra ameaça são os microplásticos, fragmentos com dimensões micrométricas, de difícil controle, que chegam a alimentos, podem se alojar nos pulmões humanos e causar danos à saúde.

Pesquisa FAPESP tem dedicado uma ampla cobertura de assuntos ambientais, com base em pesquisas feitas no Brasil. Em 2000, uma reportagem alertava para os impactos irreversíveis do desmatamento, já que as matas recuperadas absorvem menos gás carbônico do que se pensava.

As florestas do Brasil continuaram encolhendo e pesquisas já mostraram que, em 20 anos, a quantidade de chuva caiu à metade em áreas que haviam perdido 60% da vegetação nativa, com prejuízo anual estimado em R$ 5,7 bilhões.

Pesquisadores afirmam que não adianta olhar somente para um ou outro tipo de vegetação, porque todos os biomas se conectam. No início de janeiro, pouco antes de aceitar o convite para presidir a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a bióloga Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), alertou: o desmatamento do Cerrado prejudica também outras regiões e pode fazer a água escassear em todo o país.

Outra reportagem havia mostrado que o Cerrado, já bastante modificado pela ação humana, se tornava mais quente, seco e propenso a grandes queimadas.

As pesquisas científicas que embasam o noticiário de Pesquisa FAPESP também mostraram que as alterações ambientais – principalmente desmatamento, hidrelétricas, poluição e mudanças climáticas – colocam em risco a megadiversidade de rios e lagos de água doce.

A elevação da temperatura global altera o ambiente marinho e o terrestre: os cupins, por exemplo, podem tornar-se mais vorazes à medida que migram para áreas mais quentes.

Mas há boas notícias: em fevereiro, contamos que biólogos e oceanógrafos descobriram colinas de recife no litoral do Espírito Santo e novas espécies de peixes na costa de São Paulo.

O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado em 5 de junho em homenagem à data em que começou a Conferência de Estocolmo, a primeira grande reunião multinacional para discutir problemas ambientais, realizada em 1972.

 

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