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Tecnociência

Concha inspira novo material

Nem só de beleza vive a madrepérola. Também conhecida como nácar, a substância formada no interior da concha dos moluscos reúne outras características industrialmente interessantes, como resistência e flexibilidade. Se pudesse ser moldada, daria, sem dúvida, ótimo material para a confecção de componentes de aeronaves, ossos artificiais e outros artefatos.

Nada mais natural, portanto, que o pesquisador Nicholas Kotov, que desenvolveu uma espécie de nácar artificial, mantendo inclusive o aspecto iridescente da substância original, tenha recebido um prêmio da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. Na edição do dia 25 de maio da revista Nature Materials, Kotov e seus colaboradores, da Universidade do Estado de Oklahoma e da Digital Instruments-Veeco, publicaram um artigo descrevendo o novo material como dotado de consistência semelhante à do nácar e composto de camadas alternadas de argila e um tipo de polímero chamado polieletrólito.

O nácar natural deve muito de sua força e flexibilidade à sua estrutura interna, que se assemelha a uma parede de tijolos formados de carbonato de cálcio. Camadas de proteínas de espessura nanométrica (com milionésimos de milímetro) fazem as vezes de argamassa. No nácar artificial, as plaquetas de uma argila de carga negativa fazem o papel dos tijolos, enquanto as fibras de um polieletrólito positivamente carregado servem de argamassa. As cargas opostas garantem a atração dos componentes, mantendo a estrutura compacta.

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