Os ganhadores do Prêmio FCW de Arte, Ciência e Cultura de 2002, ano da primeira edição, até 2008 têm alguns pontos em comum. Os laureados em Ciência, por exemplo, são reconhecidos tanto pela alta competência nas áreas que dominam quanto pelo fato de terem contribuído para o Brasil enfrentar – e, em muitos casos, vencer – desafios. Em Cultura, escritores consagrados com uma obra sólida, conhecida também no exterior. Por fim, em Arte, autores de fotos extremamente criativas que se situam na fronteira entre a publicidade e a arte. Está claro que essas personalidades escolhidas não foram reunidas ao acaso. Os contemplados são sempre indicados pelas sete instituições parceiras da FCW (ver na página 44) e cerca de 150 outras entidades afins, como universidades, institutos de pesquisa e academias.
Até 2008 foram premiados 56 cientistas, escritores e fotógrafos. Por área são 24 em Arte, 6 em Ciência Geral, 14 em Ciência Aplicada, 6 em Medicina, 6 em Cultura (Literatura). Algumas observações podem ocorrer quando se comparam as áreas, a respeito de sua quantidade desigual, procedência, divisão etc. Primeiro: há um número maior em Arte e em Ciência Aplicada e um número menor igual nas outras três áreas. Segundo: considerando a Ciência de modo abrangente com a inclusão da Medicina, há um total de 26 nomes, o maior grupo. Terceiro: no campo da Arte há um grande número de nomes profissionais de uma única área, a Fotografia. Quarto: no campo da Cultura há nomes apenas do segmento Literatura.
Cada reparo desses tem sua justificativa no conjunto de critérios adotados pela FCW e suas parceiras, para definir as áreas a premiar e os respectivos vencedores. Em Arte, por exemplo, a área escolhida é a fotografia profissional; as modalidades são a Fotografia Publicitária e o Ensaio Fotográfico (em duas subcategorias, publicado e inédito). Nessa categoria houve uma escolha exclusiva da FCW para homenagear de forma perene seu instituidor, que era um excelente fotógrafo profissional, publicitário, cinegrafista e industrial pioneiro da fotografia na América Latina. Quanto ao total de premiados, 24, a explicação é que ganham de três a quatro fotógrafos por ano.
Na categoria Ciência, cabe um esclarecimento. A Ciência Aplicada tem algumas subáreas, como Água, Campo, Meio Ambiente, Tecnologia, Biotecnologia, Nanotecnologia. Às vezes, no ano, a comissão julgadora define até três vencedores. Daí o total de 13. É oportuno conferir que a partir de 2006 já se verifica certa estabilidade, com qua tro vencedores em Arte, três em Ciência e um em Cultura. Resta esclarecer que, realmente, até o momento o Prêmio FCW de Cultura foi atribuído apenas ao segmento Literatura. A fundação, entretanto, sempre informou que o prêmio de Cultura vem sendo destinado à Literatura temporariamente, os outros segmentos do mesmo setor também serão agraciados. A comissão julgadora e a comissão de busca da FCW terão seu momento de escolha nessa outra linha.
As informações acima não traduzem, porém, a grandeza oculta nas extraordinárias biografias de pesquisadores e escritores que se revelam ano a ano como suporte do desenvolvimento nacional. Haja vista Iván Izquierdo, ganhador de 2007, autor de estudos essenciais para se entender a memória; Sérgio Mascarenhas (2006), disseminando conhecimento e oportunidades na pesquisa e educação em física; César Victora (2004), cujas pesquisas ajudam a moldar políticas públicas; Isaias Raw (2004), responsável pela dimensão produtiva do Instituto Butantan; e também Adib Jatene (2005); e Carlos Henrique de Brito Cruz (2003).
Cometemos, sem dúvida, injustiça ao não nos aprofundar na citação de Wanderley de Souza, Maria Inês Schmidt, Alberto Franco, Dieter Muehe, Philip Fearnside, Aziz Ab’Sáber, José Galizia Tundisi, Aldo Rebouças, Jairo Vieira, Luiz Carlos Fazuoli, Carlos Nobre, Magno Ramalho, Ivo Pitanguy e o excepcional Ricardo Brentani. Todos já tiveram suas biografias pinceladas nas edições de anos anteriores de Pesquisa FAPESP. Na presente publicação serão retratados os ganhadores de 2008, Leopoldo de Meis, Fulvio Pileggi, Ernesto Paterniani e, em Cultura, Ariano Suassuna. Renomados, esses cientistas orgulham o cidadão brasileiro pelo que fazem e têm feito, formando a galeria FCW junto com os literatos Ferreira Gullar, Lya Luft, Ruth Rocha, Fábio Lucas e Affonso Ávila; e Gustavo Lacerda, Tiago Santana, Maurício Nahas, Bob Wolfenson, Klaus Mitteldorf, Lalo de Almeida, José Luiz Pederneiras, André François, Francilins Castilho Leal e Júlio Bittencourt, artistas êmulos do fotógrafo Ubaldo Conrado Augusto Wessel.
A análise dessas biografias responde a um só vencedor, o beneficiário de seus esforços e suas conquistas, o nosso país. Quando recebem, como pequeno reconhecimento a seu talento, prêmios da ordem de R$ 200 mil e uma escultura do artista plástico Vlavianos, identificam nas lâminas do Troféu FCW a emblemática energia que os irmana aos destinos da Fundação Conrado Wessel, cujo nome é indicativo de pioneirismo nacional.
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