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Tecnociência

Conversa de lagarto

CARLOS JARED / BUTANTANCalango: comunicação por feromôniosCARLOS JARED / BUTANTAN

O calango-verde Ameiva ameiva de vez em quando interrompe sua caminhada, senta-se e libera, de glândulas localizadas na parte interna de suas coxas, pequenos cilindros sólidos. É por meio dessa secreção, que exala compostos (feromônios) atraentes para o lagarto, que esse réptil se comunica com companheiros de espécie sem emitir sons. A secreção é formada por células que, ao morrer, se acumulam num canal que liga as glândulas a poros que se abrem nas escamas. Como as glândulas são iguais no macho e na fêmea, devem ter a mesma função para ambos, supõem os biólogos. Pesquisadores do Instituto Butantan e da USP, coordenados por Carlos Jared, analisaram a secreção e concluíram que ela está relacionada com a comunicação entre esses calangos, que falam a língua dos feromônios, de acordo com artigo publicado no Journal of Morphology. Para se entenderem os lagartos recolhem do ar, com a língua bífida, as mensagens químicas contidas nas moléculas que evaporam da secreção sólida. Resta descobrir o recado que essas mensagens transmitem.

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