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Criacionismo islâmico

Criacionismo islâmico

O Conselho de Pesquisa Científica e Tecnológica na Turquia foi duramente criticado por haver censurado uma reportagem de capa de sua revista de divulgação científica que tratava dos 200 anos de nascimento de Charles Darwin – a ação também resultou no afastamento da editora da publicação, Cigdem Atakuman, que acabou reintegrada ao cargo após a polêmica. De acordo com o relato de Cigdem, o vice-presidente do Conselho, Ömer Cebeci, teria dito que a capa era uma “provocação” num momento em que o país está mobilizado numa campanha eleitoral. Segundo editorial da revista Nature, o imbróglio revela duas mazelas da Turquia. Uma delas é a interferência política no sistema de ciência e tecnologia. A segunda é a elevada aceitação do criacionismo entre a população do país, majoritariamente muçulmana.  “Na Turquia, como em vários países, o serviço público espelha a ideologia do partido no poder. E muitas autoridades, em consonância com a maioria da população, não acredita na evolução por seleção natural”, disse a Nature. O ministro da Ciência, Mehmet Aydin, expressou desconforto com a mudança da capa, mas jogou combustível na  polêmica ao afirmar: “Que tipo de briga podemos ter com Darwin? Ele está morto”.

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