
Dusan Stankovic / Getty ImagesDesenhar e pintar ajuda a manter os neurônios jovensDusan Stankovic / Getty Images
Dançar, tocar algum instrumento, desenhar, jogar videogame, brincar. A criatividade não apenas gera prazer, mas também protege contra o envelhecimento cerebral. A conclusão surgiu de um estudo de uma equipe internacional, incluindo o neurologista Renato Anghinah, da Universidade de São Paulo (USP). Participaram 1.240 pessoas de 13 países (20 eram da Itália, 37 da Argentina, 84 do Brasil e 484 da Turquia), com idade entre 17 e 91 anos. Os pesquisadores se basearam em eletroencefalogramas e modelos computacionais que estimam a idade biológica do cérebro e a comparam com a idade cronológica de cada indivíduo. Os participantes que praticavam atividades criativas apresentaram cérebros mais jovens, com maior conectividade e eficiência em áreas especialmente vulneráveis ao envelhecimento. Os dançarinos de tango, músicos, artistas visuais ou jogadores de videogames estratégicos tinham cérebros até sete anos mais jovens do que seus pares não especialistas. Quanto maior o nível
de especialização e o desempenho, maior o retardo na idade cerebral. A conclusão: com exercícios físicos e boa alimentação, a criatividade pode ser uma ferramenta para promover um envelhecimento mais saudável e prevenir doenças neurodegenerativas (Nature Communications, 3 de outubro).