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Psicologia

Cuidado com as serpentes

EDUARDO CESAR Medo inato: crianças são ágeis em ver cobrasEDUARDO CESAR

Num passeio pelo campo, muita gente se encanta com as flores do caminho. E de repente estaca, com o corpo inundado pela adrenalina que avisa: perigo, fuja! Uma cobra serpenteia adiante. Se for venenosa, avistá-la o quanto antes pode significar a diferença entre vida e morte. Pensando nisso, as psicólogas Vanessa LoBue e Judy DeLoache, da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, testaram a rapidez de adultos e crianças em apontar cobras em fotografias numa tela de computador sensível a toque. Surpresa: tanto as crianças com idades entre 3 e 5 anos como seus pais são mais rápidos em reconhecer cobras na grama do que imagens não ameaçadoras como flores, sapos e taturanas. Os resultados mostram que o golpe de vista certeiro para evitar o perigo não depende de idade ou experiência. O trabalho, publicado na edição de março da revista Psychological Science, discute a importância evolutiva do temor inato. Nos primórdios da humanidade todos viviam em contato com a natureza. Os distraídos que pisassem em serpentes não sobreviveriam para deixar descendentes.

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