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Fisiologia

De olhos bem abertos

EDUARDO CESARImagine que, andando na rua, você pisa em algo mole e fedorento. Mas antes de poder examinar o estrago, dá de cara com o autor da sujeira. Com os dentes à mostra. Se você pôs a imaginação para funcionar com afinco, provavelmente franziu o rosto e depois arregalou os olhos. Charles Darwin já achava que expressões faciais como as de nojo e susto, iguais em todas as culturas, deviam ter uma função. Formulada há mais de 1 século, essa hipótese foi agora testada por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá (Nature Neuroscience). O nariz franzido e os olhos apertados, que manifestam nojo de fato, formam uma barreira sensorial, ao reduzir o campo visual e as cavidades nasais. A cara de susto, ao contrário, aumenta o campo visual, torna o movimento dos olhos mais ágil e permite que mais ar entre pelas narinas – um estado de prontidão para reagir ao perigo.

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