Imprimir PDF Republicar

Estratégias

Desinteresse e desilusão

O correspondente de O Estado informa que, na Alemanha, onde a falta de engenheiros químicos e mecânicos na indústria atinge seu ponto crítico, são justamente os cursos de química industrial e engenharia mecânica os mais evitados pelos estudantes. Eles estão se bandeando em massa para cursos de sociologia, artes, gestão de bens culturais e outros da área de Humanas. Na França, na Universidade Paris-VI, o número de matriculados para o primeiro ciclo de estudos científicos caiu de 57 mil, em 1994, para 20 mil, em 1998.

E em 12 universidades na região de Paris, uma pesquisa constatou que nos últimos cinco anos a queda de candidatos para carreiras científicas e técnicas foi superior a 40%. Problema semelhante foi constatado também na Grã-Bretanha e na Suécia. Qual a razão dessa fuga? O problema foi debatido durante a Semana das Ciências, ocorrida na França em meados de outubro, e arriscou-se uma explicação preliminar baseada em testemunhos de estudantes de toda a Europa que se encontravam por lá: as novas gerações estariam imersas numa certa desilusão quanto às conquistas da ciência.

Por quê? Segundo eles, essas conquistas não resolveram o problema do desemprego, não neutralizaram os riscos de catástrofes nucleares e ecológicas e, ao mesmo tempo, a extensão da automação e da poluição industrial a todas as esferas da vida, o surgimento e a propagação de novas doenças tornaram ainda mais frágil a condição humana.

Republicar