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Tecnociência

Dieta tamanho família

MZKA psicóloga Carmen Benedetti pode ter ajudado a entender uma das causas que levam 30% dos obesos que passam pela cirurgia de redução do estômago a ganhar peso novamente: a alimentação inadequada não só deles, mas de toda a família. Durante seu doutorado com orientação de Carlos Alberto Malheiros e Rosane Mantilla de Souza (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo), ela analisou 42 familiares de 16 candidatos a essa operação na Santa Casa de São Paulo e concluiu que a alimentação do obeso não difere da do resto da família. Metade dos entrevistados dizia incentivar o obeso em sua dieta, mas preço e praticidade pesavam mais na escolha do alimento que seu valor calórico e nutricional. Esses familiares não estavam dispostos a mudar sua própria alimentação para ajudar o obeso, não abdicando nem dos doces e refrigerantes. Em casos de obesidade extrema, conhecida entre médicos como mórbida, a cirurgia de estômago ou gastroplastia é o método mais eficiente de tratamento. Mas sozinha não garante a perda de peso. Mesmo as fortes dores e vômitos decorrentes dos abusos aos novos limites do estômago não impedem o paciente de achar alimentos calóricos bem tolerados e que o façam ganhar peso. “A família do obeso também come mal. No meu estudo, 50% dos membros apresentam algum tipo de sobrepeso. Não podemos creditar a obesidade só ao indivíduo obeso, políticas de saúde pública que compreendam toda a família seriam muito mais eficazes”, diz Carmen.

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