Apesar de todo o conhecimento científico acumulado sobre o tabagismo como fator de risco de doenças graves e fatais, seu uso continua a aumentar globalmente. É o que mostra O controle do tabagismo no Brasil: avanços e desafios, de Tânia Maria Cavalcante, chefe da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer do Instituto Nacional do Câncer. “Embora o consumo de tabaco venha caindo na maioria dos países desenvolvidos, o consumo global aumentou cerca de 50% durante o período de 1975 a 1996, às custas do crescimento do consumo em países em desenvolvimento”, aponta o artigo. Nesse período, o consumo cresceu 8% na China, 6,8% na Indonésia, 5,5% na Síria e 4,7% em Bangladesh. Atualmente, o total de fumantes no mundo é de cerca de 1,1 bilhão de pessoas, dos quais 800 milhões concentram-se em países em desenvolvimento. O resultado são as atuais 5 milhões de mortes por doenças causadas pelo tabaco, das quais 50% já ocorrem em países em desenvolvimento. A autora afirma que a ausência de medidas abrangentes para controle do tabagismo nesses países torna-os vulneráveis às agressivas estratégias de marketing das grandes companhias de tabaco. O consumo de tabaco nas nações desenvolvidas seguirá uma tendência de redução até o final do século, ao passo que nos países em desenvolvimento o consumo pode aumentar em cerca de 3% ao ano. “Mas mesmo sendo o segundo maior produtor mundial de tabaco e o maior exportador de tabaco em folhas, o Brasil tem conseguido escapar dessa tendência”, diz Tânia. O Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer, vem articulando há mais de 15 anos ações de abrangência nacional visando controlar as várias determinantes sociais e econômicas da expansão do consumo de tabaco no Brasil.
Revista de Psiquiatria Clínica – VOL32 – Nº5 – São Paulo – SET./OUT. 2005
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832005000500006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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