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Brasil

Diversidade na lavoura das aldeias

Uma parceria entre a Embrapa-Acre, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e a organização não-governamental Comissão Pró-Índio está impulsionando estudos genéticos de vegetais tradicionalmente cultivados pelos indígenas, além de diversificar a produção agrícola nas aldeias. A Embrapa tem visitado as tribos no interior do Acre e feito coletas de plantas.

Em contrapartida, costuma receber grupos de representantes de diversas etnias, interessados em conhecer novas lavouras e aprender técnicas de plantio. Quem faz a ponte entre os indígenas e a Embrapa é a Comissão Pró-Índio, entidade com atuação nas áreas de educação, saúde e agricultura. A comissão reúne os índios em sua sede em Rio Branco, promove treinamentos que duram até 40 dias e forma agentes agroflorestais. Uma visita à Embrapa é parada obrigatória nesses treinamentos.

“Os índios às vezes nos trazem espécies nativas, por exemplo, banana e mandioca, que vão para o nosso banco de germoplasma”, diz Amauri Siviero, pesquisador da Embrapa-Acre. “E costumam nos pedir sementes e mudas de plantas exóticas, como cítricos.” Também recebem variedades das plantas que já cultivam. Na última visita que fizeram à Embrapa, em fevereiro, os indígenas conheceram as mandiocas manteguinha e macuxi, que acabam de ser lançadas.

Elas têm baixo teor de fibra, maciez, ciclo precoce e cozimento rápido e foram selecionadas ao longo de 15 anos entre mais de uma centena de plantas coletadas na Amazônia. Outra novidade que os índigenas levaram para casa foram as sementes de um açaí oriundo do Pará, que promete produzir a fruta na entressafra.

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