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Estratégias

Divulgação científica

As estratégias para a divulgação científica na sociedade do conhecimento foram tema de seminário promovido pelo Centro Franco-brasileiro de Documentação Técnica e Científica (CenDoTec) e a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, nos dias 19 e 20 de outubro. Os debates contaram com a participação de Baudouin Jordan, professor da Universidade Paris 7; Pierre Fayard, diretor-geral do CenDoTec; Carlos Vogt, presidente da FAPESP, entre outros especialistas. Na avaliação de Jordan, a divulgação científica é uma etapa da própria produção científica. “É um momento essencial na produção do conhecimento”, afirmou. Ele não acredita que a divulgação tenha uma função didática. “Aprender ciência por meio dos veículos de comunicação é um itinerário inconcebível”, sublinhou. Mas tem uma outra função que ele considera crucial: “Produz efeito sobre a ignorância”. Para Fayard, a linguagem da ciência é, ela própria, um obstáculo à comunicação fora da comunidade científica. “Temos que aproximar a sociedade das comunidades particulares. Ocorre que a divulgação, ao invés de aproximar, as afasta”. Vogt lembrou que a divulgação científica deve levar em conta as mudanças nos padrões de consciência – específicas na sociedade do conhecimento – que criam indagações sobre “nossos destinos e papéis no mundo”. “Quais são os limites do conhecimento? Esses limites são próprios do conhecimento ou são de ordem ética?”, indagou. “Divulgação científica não é suprir o déficit do conhecimento, mas formar espíritos críticos”, concluiu. Durante o seminário foi lançado o livro Cultura científica: Desafios, publicado pela Edusp e FAPESP, com artigos de pesquisadores brasileiros e franceses.

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