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Austrália

Doenças negligenciadas

Um estudo feito pelo Instituto George para a Saúde Internacional, da Austrália, alerta para o risco de a crise financeira comprometer os esforços de pesquisa contra as chamadas doenças negligenciadas, aquelas que atingem os países pobres e não despertam interesse da indústria farmacêutica para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos. Um problema, segundo o instituto, é o número restrito de instituições que destinam recursos às pesquisas – se alguma delas parar de colaborar, o esforço será comprometido. De acordo com os autores, os 12 principais financiadores públicos das pesquisas anunciaram que reduzirão o montante de recursos em 2009. Um exemplo citado no estudo, cujos resultados foram divulgados num artigo da revista científica PLoS Medicine, é o do tracoma, infecção que pode levar à cegueira. Cerca de 90% do dinheiro destinado à pesquisa vem de uma única entidade, o Wellcome Trust. De todo o dinheiro investido em 2008 em 30 moléstias, 60% vieram de apenas duas fontes, os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e a Fundação Bill e Melinda Gates. O estudo mostra que há uma hierarquia no rol das doenças negligenciadas. Enquanto a Aids, a tuberculose e a malária consomem 80% dos recursos, doenças como a úlcera de Buruli, que provoca necrose na pele, recebe só 0,1%  dos investimentos.

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