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Itália

Dois mil bilhetes azuis

Laboratório de física de Gran Sasso, na Itália: temporários na rua

GRAN SASSO NATIONAL LABORATORIESLaboratório de física de Gran Sasso, na Itália: temporários na ruaGRAN SASSO NATIONAL LABORATORIES

Cerca de 2 mil pesquisadores italianos deverão perder seus cargos públicos graças a uma lei que deve entrar em vigor neste final de ano. Proposta pelo premiê Silvio Berlusconi para racionalizar o serviço público, a nova legislação cancela um dispositivo aprovado pelo governo anterior, de orientação centro-esquerdista, que autorizou a efetivação de funcionários públicos contratados temporariamente por um longo período, desde que fossem considerados qualificados. Muitos cientistas que haviam sido selecionados para permanecer – 2 mil num universo de 4,5 mil temporários – agora terão de abandonar seus cargos, pois a lei proíbe a prorrogação dos contratos por um período superior a três anos. O ministro da Administração Pública, Renato Brunetta, enfureceu a comunidade acadêmica ao taxar de “indolentes” os servidores públicos atingidos pelo corte. Os cientistas na Itália pertencem ao quadro do funcionalismo público e o número de cargos é determinado pelo governo central. “Como na última década não foram abertas novas vagas efetivas, passamos a ter números exagerados de pesquisadores com contratos precários”, disse à revista Nature Luciano Maiani, presidente do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália.

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