Mario Malički, pesquisador da Universidade de Split, na Croácia, apresentou um estudo no mês passado, num congresso sobre avaliação por pares realizado em Chicago, em que rastreou o destino de artigos duplicados, aqueles cujos resultados foram divulgados em mais de um periódico num tipo de má conduta que busca inflar a produtividade do autor. Malički e seu grupo cruzaram o cadastro de 1.011 artigos considerados duplicados pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos com os registros de investigações sobre duplicações realizadas por revistas científicas. Chegaram a um conjunto de 175 papers cujos achados foram publicados pelo menos duas vezes. Descobriram que apenas 23 artigos desse universo foram retirados pelos periódicos que os publicaram. Os demais permaneceram nas revistas. “Se esses artigos são casos de má conduta, por que não removê-los?”, perguntou Malički no evento, segundo o blog Science Insider, da revista Science. Elizabeth Wager, ex-presidente do Comitê de Ética em Publicações (Cope), sediado no Reino Unido, se disse surpresa. “Os editores de revistas científicas devem ser os responsáveis por limpar essa bagunça”, afirmou.
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