Um macaco-prego (Cebus libidinosus) é capaz de segurar com as duas mãos uma pedra com cerca de um terço de seu próprio peso, erguê-la acima da cabeça e atingir com força um fruto apoiado numa pedra no chão. Uma equipe que reúne pesquisadores da Itália, do Brasil (Universidade de São Paulo) e dos Estados Unidos mediu a força necessária para quebrar os quatro frutos mais duros consumidos pelos macacos-prego da fazenda Boa Vista, no Piauí (American Journal of Primatology). Esses industriosos primatas de quatro quilogramas conseguem quebrar cocos de piaçava, tão duros quanto alguns dos frutos que chimpanzés, dez vezes mais pesados, abrem. Vale a pena tanto esforço? O estudo mostrou que esses cocos, muito mais resistentes do que os de catulé, catuli e tucum – que também fazem parte da dieta desses macacos piauienses –, são menos ricos em polpa. Enquanto não fazem estudos nutricionais mais detalhados, os pesquisadores têm um palpite: metade dos cocos de piaçava examinados continha larvas de besouros, um pitéu para macacos-prego.
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