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Efeitos colaterais

Maior universidade da Suíça abandona ranking acadêmico que a apontava como a 80ª melhor do mundo

A Universidade de Zurique (UZH) anunciou que não vai mais fornecer dados para o ranking de universidades da revista Times Higher Education (THE). A decisão da instituição, que na prática a retira da classificação, foi motivada pelas “consequências indesejadas” geradas por essas listas, que levam “as universidades a se concentrarem no aumento do número de publicações em vez de melhorarem a qualidade do seu conteúdo”, conforme comunicado publicado em meados de março. “Embora as classificações pretendam medir de forma abrangente as diversas realizações das universidades no ensino e na pesquisa, não conseguem fazer isso, pois reduzem os indicadores a uma pontuação e centram-se em critérios quantitativos”, informou. A universidade também justificou a medida por ser signatária do Acordo Internacional sobre a Reforma da Avaliação da Pesquisa, coordenado por instituições universitárias e científicas da Europa, que propõe incentivar critérios que destaquem a qualidade em vez da quantidade na análise da produção de pesquisadores e acadêmicos. Fundada em 1833, a UZH é a maior universidade da Suíça, com 28 mil estudantes. Doze ganhadores do Prêmio Nobel, Albert Einstein entre eles, formaram-se ou trabalharam na instituição. Em 2024, o ranking da THE classificou a UZH como a 80ª melhor do mundo e a 42ª na área de negócios e economia. Não é a primeira vez que universidades se retiram do ranking da THE. Em 2020, sete dos 23 Institutos de Tecnologia da Índia anunciaram um boicote ao ranking por discordâncias com a metodologia adotada. As instituições se queixavam que o peso conferido a citações de artigos em grandes projetos colaborativos, um item da pontuação geral em que elas tinham pouco destaque, colocavam-nas em desvantagem em relação a universidades de outros países.

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