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Mundo

Elas também vão à praia

Em junho e julho, auge do verão europeu, quem buscou o sol nas praias do Mediterrâneo teve de se preocupar em evitar as medusas. Levadas pelas correntes marinhas, chegam ao litoral e causam problemas: em dez dias, em Costa Brava, no litoral da Espanha, houve 11 mil banhistas com queimaduras, que causam ardência, enjôos e febre. Medusas como a Pelagia noctiluca proliferam em razão do aumento da temperatura das águas ou da escassez de predadores como peixes e tartarugas. “Há explosões populacionais de medusas também no litoral do Brasil, com a agravante de que algumas espécies daqui são mais perigosas”, comenta o biólogo Antonio Marques, da Universidade de São Paulo (USP), que testemunhou a aflição dos moradores da Catalunha com o ataque desses invertebrados de corpo gelatinoso. Segundo ele, a hipótese de que a pesca excessiva cause um aumento da população de medusas deve servir como alerta. “Empresas pesqueiras de outros países gostariam de atuar em nossas águas, alegando que o Brasil pesca pouco, mas uma expansão sem planejamento poderia ter altos custos ambientais, ainda que traga algumas divisas imediatas.” Entrevistada pelo El Periódico de Catalunya, a bióloga Sarah Frías-Torres aponta duas saídas. A primeira é reduzir a pesca e adotar outras formas de explorar os recursos marinhos. A segunda: “Começar a comer sopa de medusas”, graceja. São um tanto insípidas, mas tostadas passam como um bom petisco.

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