Uma investigação conduzida pela Universidade de Malta concluiu que a tese de doutorado em direito defendida em 2003 pela presidente do Parlamento europeu, Roberta Metsola, contém “elementos de plágio, material não creditado ou citado indevidamente”, mas considerou que o trabalho acadêmico e o diploma se mantêm válidos e que os problemas foram causados por “um procedimento equivocado”.
Em um comunicado, a universidade afirmou ter encontrado “graves imperfeições” na tese, como citação de fontes ausentes ou feitas de forma incorreta; informações copiadas de outros autores e reorganizadas sem a devida citação; e trechos “copiados e colados”. “Embora as referidas imperfeições reduzam claramente o valor da dissertação como trabalho acadêmico, elas não a invalidam completamente”, informou a instituição.
A investigação da universidade foi deflagrada por uma reportagem publicada em fevereiro pelo jornalista austríaco Stefan Weber no tabloide alemão Bild mostrando que a tese de Metsola tinha pelo menos 180 fragmentos de texto copiados de outras fontes sem a devida a atribuição, o que se encaixa nas definições de plágio.
Metsola publicou uma declaração dizendo-se satisfeita com o esclarecimento do caso e o término do processo. Em sua defesa, ela havia argumentado que os erros nas referências bibliográficas foram involuntários e os padrões, o ensino e as ferramentas disponibilizados aos alunos de doutorado da universidade há 22 anos não correspondiam ao padrão atual – softwares de detecção de plágio, por exemplo, não existiam na universidade na época. A advogada de 46 anos de idade fez carreira política em um partido conservador de Malta, pequeno país insular ao sul da Europa. Foi eleita eurodeputada em 2013 e se tornou vice-presidente no Parlamento europeu em 2020. Em 2022, assumiu a presidência interinamente no lugar do italiano David Sassoli, que morreu de leucemia, sendo eleita para o cargo em seguida.
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