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Brasil

Endoscópios sem contaminação

Pessoas submetidas a endoscopias digestivas estão mais sujeitas a contrair o vírus HCV, responsável pela hepatite C. É o que aponta uma pesquisa realizada pela biomédica Thaís Tibery Espir, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisou amostras do sangue de 253 doadores no Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro. Do total, 54 estavam contaminados e 199 não eram portadores do HCV. Dos contaminados, 15,9% se submeteram à endoscopia digestiva anteriormente, enquanto 11,6% dos não-infectados já haviam feito o exame. Para evitar o risco de transmissão de doenças, é necessário adotar rigorosos procedimentos de limpeza e assepsia do equipamento. Nos casos em que durante a endoscopia é feita uma biópsia, com a retirada de fragmento de tecido para  avaliação, as pinças utilizadas têm que passar pelas etapas de limpeza, desinfecção e esterilização para retirada dos resíduos orgânicos. “A desinfecção inadequada das pinças pode resultar na transmissão de infecção para os pacientes”, diz Maria da Graça Silva, enfermeira-chefe do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Para testar a eficácia da remoção de resíduos das pinças, Graça coordenou um estudo comparativo, apresentado em um congresso internacional em Chicago, nos Estados Unidos. No estudo foram utilizados três métodos de limpeza: apenas detergente neutro, detergente mais peróxido de hidrogênio e lavagem ultra-sônica. O que apresentou os melhores resultados com custo compatível foi a limpeza com peróxido de hidrogênio. “O composto libera radicais livres que penetram no corpo da pinça e na extremidade em concha, soltando todo o material orgânico”, diz Graça. Ela explica que qualquer falha na etapa da limpeza compromete todo o processo de esterilização, uma vez que a matéria orgânica residual protege os microorganismos.

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