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Estratégias

Entre ciência e aventura

CACHOEIRAS VICTORIA, NA ÁFRICA, DESCRITAS PELA EXPEDIÇÃO DE LIVINGSTONE EM 1855

As glórias do passado e os desafios científicos do futuro dividem os membros da Royal Geographical Society (RGS), entidade londrina de 179 anos que patrocinou grandes expedições, como a viagem de cinco anos de Charles Darwin a bordo do navio Beagle e o desbravamento do interior da África liderado por David Livingstone, ambas no século XIX. No mês passado, um grupo de 70 membros da entidade tentou derrubar um veto, determinado há dez anos, para a organização de novas expedições, hoje vistas como caras e contraproducentes. Levada a voto em junho, a proposta de reativação das viagens foi derrotada pelos membros da RGS com um placar de 2.590 a 1.607. “É lamentável abdicarmos de nossa tradição de expedições fantásticas”, disse Alistair Carr, aventureiro e escritor que propôs a resolução. Gordon Conway, presidente da RGS, argumenta que as grandes expedições não são a forma adequada de enfrentar os atuais desafios da instituição. “Os grandes problemas de hoje são as mudanças climáticas, a segurança alimentar e a escassez de água e as grandes expedições não ajudarão a enfrentá-los”, disse à revista Nature. Em vez de grandes aventuras, Conway prefere projetos menores e com foco em problemas bem definidos. “Estamos falando da geografia do século XXI, não da do século XIX”, afirmou.

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