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Mundo

Envelhecemos 35 mil anos

Dois esqueletos de Homo sapiens com 195 mil anos desenterrados na Etiópia tornaram-se os mais antigos exemplares de nossa espécie. Chamados Omo I e Omo II, esses fósseis foram descobertos em 1967, mas os especialistas ainda não estavam certos se tinham a mesma idade, inicialmente estimada em 104 mil anos. Mas a datação dos cristais nas camadas de cinza vulcânica entre as quais foram encontrados mostra que os dois são de fato da mesma época e de fato representam as mais antigas relíquias da espécie humana, de acordo com um estudo coordenado por Ian McDougall, da Universidade Nacional da Austrália, publicado na Nature de 17 de fevereiro.

Segundo um dos co-autores do trabalho, Frank Brown, geólogo da Universidade de Utah, Estados Unidos, o fato de o aparecimento do H. sapiens ter passado de 160 mil para 195 mil anos torna ainda mais distantes os primeiros indícios de cultura da humanidade, que surgiram muito mais tarde, há cerca de 50 mil anos. Portanto, foram quase 150 mil anos em que a espécie humana, embora já anatomicamente definida, viveu sem usar ferramentas para se alimentar ou fazer música. A nova data coincide com os resultados de estudos genéticos sobre a origem de nossa espécie e coloca o surgimento do H. sapiens moderno na África milhares de anos antes de ter aparecido em qualquer outro continente Também indica que havia populações menos modernas, representadas pelo Omo II, quando surgiram os primeiros H. sapiens.

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