Exercícios de musculação feitos com pouco peso (carga baixa) e associados à restrição parcial da circulação sanguínea produzem fortalecimento muscular e estabilização das articulações das pernas de modo semelhante aos treinos com carga elevada. Como resultado, reduzem as dores e o incômodo da artrite reumatoide, um tipo de inflamação crônica e incurável que acomete as articulações. A doença provoca dores, deformidades e diminuição da força muscular, sobretudo em mulheres com mais de 50 anos de idade. Sob coordenação de Hamilton Roschel, coordenador do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte e da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo (USP), pesquisadores analisaram os efeitos de dois tipos de treinamento em 42 mulheres com idade entre 46 e 67 anos e artrite reumatoide, que têm mais dificuldade para trabalhar com cargas elevadas. Elas foram divididas em três grupos: um fez treinos de alta intensidade e outro de baixa intensidade associado à restrição parcial do fluxo sanguíneo usando um torniquete próximo ao músculo trabalhado. Em cada sessão, praticavam exercícios de extensão das pernas e o chamado leg press, no qual as pernas são usadas para empurrar pesos para longe do corpo. O terceiro grupo, usado como controle, não treinou. As participantes foram acompanhadas duas vezes por semana por 12 semanas e, em seguida, submetidas a testes. Verificou-se que as cargas baixas associadas à restrição parcial do fluxo sanguíneo melhoraram o desempenho e a força muscular dos membros inferiores de modo similar ao do grupo que usou cargas elevadas, reduzindo as dores articulares (Arthritis Care & Research, 29 de abril).
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