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Nutrição

Escalada saudável

Embora o número de pessoas que realmente vivem a mais de 3 mil metros de altura seja pequeno, milhares de indivíduos costumam viajar para locais de grandes altitudes, principalmente para atividades esportivas. A grande exposição às pressões barométricas reduzidas pode ter bastante influência sobre o desempenho físico desses indivíduos. O artigo “Nutrição para os praticantes de exercício em grandes altitudes”, de Caroline Buss e Álvaro de Oliveira, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apresenta uma visão geral dos principais efeitos da altitude sobre o organismo e sobre o desempenho físico, além de sugerir uma orientação nutricional para o atleta na altitude. O estudo mostra que a exposição aguda à hipóxia (baixo teor de oxigênio na corrente sangüínea) pode provocar sonolência, náusea e fadiga mental e muscular. “Acredita-se que a hipóxia seja responsável pelo início de uma cascata de eventos sinalizadores que, ao final, levam à adaptação à altitude”, explicam os autores da pesquisa. “Por isso, uma estratégia nutricional adequada é fundamental para que o organismo não sofra nenhum estresse adicional”. O processo de aclimatação na altitude leva de duas a três semanas, resultando em adaptações sistêmicas que podem ser medidas como respostas fisiológicas. Além disso, quando os atletas ascendem a grandes altitudes, pode ocorrer perda de peso corporal de até 3% em oito dias, em uma elevação de 4.300 metros, ou de até 15% após um período de três meses em uma altitude de 5,3 mil a 8 mil metros. “Uma das causas do fenômeno é a redução do apetite e consumo alimentar. A altitude pode exercer um efeito negativo sobre o desempenho do organismo e trazer conseqüências secundárias, como consumo insuficiente de energia, balanço de nitrogênio negativo e perda de massa corporal”, apontam os autores do estudo, Caroline Buss e Álvaro de Oliveira.

Revista de Nutrição vol. 19 – nº 1 – Campinas – jan./fev. 2006

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