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Ciências Sociais

Estudos de C&T

Estudos de C&T

EDUARDO CESARUma ampla revisão das transformações pelas quais está passando o ambiente da pesquisa e do ensino superior no que diz respeito à relação entre ciência, tecnologia e sociedade é a proposta do trabalho “A comunidade de pesquisa dos países avançados e a elaboração da política de ciência e tecnologia”, de Renato Dagnino, do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas. Com base na análise de trabalhos de pesquisadores de países avançados sobre a participação da comunidade de pesquisa na Política Científica e Tecnológica (PCT), o autor apresenta a visão desses estudiosos sobre o contexto de mudança que engloba o processo de elaboração da PCT, mostrando como os três atores que participam desse processo – comunidade de pesquisa, burocratas e empresários – estão se reposicionando em razão das modificações. “A ‘cientifização’ da sociedade não minimizou o papel da comunidade científica no mundo. Embora reconheçam o fato de a ciência ter penetrado e ter sido penetrada pela sociedade, isso não implicou aceitar a existência de uma mão invisível guiando a evolução da ciência e da sociedade em paralelo”, escreveu. O artigo levanta causas que explicariam a afirmação contida nos trabalhos revisados quanto à baixa probabilidade de que a comunidade de pesquisa venha a perder seu papel dominante. A comunidade de pesquisadores estaria, por um lado, aceitando delegar uma parte de seu poder de definição da agenda a outros atores, como empresários, políticos e movimentos sociais. “Essa é uma tendência compreensível tendo em vista a crescente densidade do tecido social dos países avançados.” Por outro lado, os cientistas estariam pleiteando um lugar ainda mais privilegiado em outro espaço institucional distinto daquele onde se dá o processo decisório que origina a alocação de recursos.

Revista Brasileira de Ciências Sociais – vol. 21 – nº 61 – São Paulo – jun. 2006

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