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Tecnociência

Fábrica de antimatéria

Uma equipe internacional de físicos conseguiu produzir pela primeira vez uma grande quantidade de átomos de antimatéria a velocidades consideradas baixas, próximas à de átomos na atmosfera. No experimento, realizado no laboratório da Organização Européia para Pesquisas Nucleares (Cern), os pesquisadores obtiveram cerca de 50 mil átomos de anti-hidrogênio, partículas com a mesma massa do hidrogênio, mas com cargas elétricas invertidas.

O hidrogênio, átomo mais simples e abundante no Universo, tem um próton (partícula com carga positiva) e um elétron (com carga negativa), ao passo que o átomo de anti-hidrogênio contém um antipróton (de carga negativa) e um pósitron (elétron com carga positiva). Dois experimentos anteriores – um feito na Cern, na Suíça, e outro no Fermilab, nos Estados Unidos – geraram átomos de antimatéria, mas em quantidade muito menor (8 e 100 átomos, respectivamente), que duraram alguns nanossegundos.

Agora o grupo de físicos – que inclui os brasileiros Claudio Lenz Cesar, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Alessandro Variola, da Universidade de Gênova – obteve átomos de anti-hidrogênio que duraram milissegundos, tempo suficiente para as medições que permitirão testar um dos pilares da física moderna – o modelo padrão – e ajudar a compreender a composição do Universo. A pesquisa foi divulgada na versão on-line da Nature (19 de setembro).

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