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Ciclo de palestras

FAPESP participa do Seminário Caminhos da Ciência e Desenvolvimento

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, ladeado por Ladislau Martin Neto, diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa (à esquerda) e José Fernando Perez, presidente da Recepta

Agência FAPESPCarlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, ladeado por Ladislau Martin Neto, diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa (à esquerda) e José Fernando Perez, presidente da ReceptaAgência FAPESP

Da agência FAPESP

Cientistas ligados a instituições de pesquisa e à iniciativa privada participaram, na quarta-feira (02/12), no Centro Britânico Brasileiro, em São Paulo (SP), do Seminário Caminhos da Ciência e Desenvolvimento, promovido pela Elabora BioSolutions com o apoio da FAPESP.

De acordo com Adriana Brondani, diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), entidade sem fins lucrativos envolvida na organização do seminário, o objetivo foi envolver os participantes em reflexões sobre como o conhecimento científico pode ser fonte de progresso e os desafios para seu avanço sustentável.

“A ideia é dar visibilidade a questões da ciência que geram desenvolvimento para o país. A programação foi feita em conjunto com diversas entidades para dar luz a casos de sucesso num cenário de crise, evidenciando o quanto a ciência tem contribuído e ainda pode contribuir com a sociedade em áreas como alimentação, saúde e meio ambiente, além de como a ciência tem dialogado com a população e suas diversas instâncias de representação”, destacou.

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, foi moderador de um painel sobre conhecimento científico e desenvolvimento.

Esse novo cenário, segundo ele, “faz parte de uma mudança que não foi repentina, mas que vem ocorrendo ao longo de duas décadas: cada vez mais cientistas que atuam em empresas realizam pesquisa de grande impacto na sociedade brasileira. Essa mudança não diminui o papel da universidade, mas define que há lugares diferentes na sociedade em que se promovem avanços também em benefício da população. Continua havendo muitos cientistas e estudantes nas universidades realizando grandes descobertas e publicando, mas ao mesmo tempo estão sendo organizadas atividades de pesquisa em setores como a iniciativa privada”, afirmou.

O painel contou com apresentações de José Fernando Perez, presidente da Recepta e ex-diretor científico da FAPESP, e Ladislau Martin Neto, diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa.

Perez destacou o conceito de open innovation como parte desse novo cenário. “É por meio da inovação que as empresas têm buscado parcerias com as universidades e instituições de pesquisa diversas, desenvolvendo soluções para a sociedade. Esse tipo de colaboração não só é possível como é necessário para que todos – empresas, universidades e demais instituições – ganhem valor e cumpram sua função social de gerar novos conhecimentos”, disse.

Martin Neto citou o desenvolvimento de métodos e equipamentos automatizados como área de grande potencial para parcerias. “O agronegócio é um dos setores mais estratégicos e competitivos do país e, para que se desenvolva plenamente, são necessárias inovações no sentido de automatizá-lo, levando a diminuição de custos e maior produtividade. Grandes parcerias já são firmadas entre a Embrapa e instituições de pesquisa nesse sentido, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)”, exemplificou.

O evento também contou com palestras sobre as origens do conhecimento científico em diferentes áreas e suas perspectivas. Marcelo Gleiser, diretor do Institute for Cross Disciplinary Engagement da Dartmouth College, nos Estados Unidos, tratou de questões relacionadas à cosmologia de partículas para apresentar aspectos da ciência ao longo da história. Para ele, a ciência “amplia nossa visão do real, porque o que nós percebemos apenas com nossos sentidos é uma fatia muito pequena do que ocorre à nossa volta”.

As reflexões seguiram com a participação de Reginaldo Arcuri, presidente executivo do Grupo Farma Brasil; Pamela Ronald, diretora do Laboratório de Inovação Genética na Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos; Andrew Simpson, presidente da farmacêutica Orygen; Henrique Pacini, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês); Guido Levi, primeiro-secretário da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm); e dos jornalistas Ulisses Capozzoli e Herton Escobar.

Além da FAPESP e do CIB, apoiaram a realização do evento a revista Pesquisa FAPESP, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), a Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI), a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina) e o Grupo Farma Brasil.

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