Emergiram dois focos de barbeiros, insetos transmissores do protozoário causador da doença de Chagas, no município de São Paulo: um no zoológico, na zona sul da cidade, e outro no parque da Água Branca, na zona oeste. A situação no zoológico foi delineada em um levantamento realizado pela veterinária Suelen Ferreira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela coletou 11 barbeiros da espécie Panstrongylus megistus, a que mais preocupa atualmente por ser capaz de viver tanto em matas quanto em espaços domésticos, e constatou que 10 deles estavam infectados com Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da doença. Dos 106 animais de cativeiro examinados (principalmente macacos), 25 tinham o parasita, encontrado também em 33 dos 66 mamíferos de vida livre (gambás, roedores e macacos) capturados nas matas vizinhas. No Parque da Água Branca, uma equipe da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) encontrou colônias com ninfas e adultos de P. megistus sob as telhas em que dormem as cerca de mil galinhas mantidas no local.“As aves são refratárias à infecção, mas alimentam com sangue os insetos transmissores da doença”, observa o biólogo Rubens Antonio da Silva, coordenador técnico do programa de controle de doença de Chagas da Sucen. Segundo ele, o risco de transmissão para seres humanos nos dois lugares é baixo.
Republicar