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Educação

Formação policial

No atual cenário de insegurança e alto índice de violência, a necessidade de capacitar a polícia brasileira para o desempenho mais eficiente do seu trabalho é um dos temas mais citados por estudiosos da área de segurança, formuladores de políticas públicas, autoridades de governo e pelos próprios policiais. Com o objetivo de medir a contribuição dos cursos de formação policial para a modificação deste cenário, a pesquisa “O modelo policial profissional e a formação profissional do futuro policial nas academias de polícia do estado do Rio de Janeiro”, da socióloga Paula Poncioni, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avaliou o currículo da formação e treinamento profissional, ministrado pela Academia Estadual Sylvio Terra (Acadepol), do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – 31 de Voluntários (Cfap) e da Academia de Polícia D. João VI (APM D. João VI). De acordo com o trabalho, há uma preocupação excessiva no controle do crime com táticas reativas, direcionadas para o confronto, e deficiências na atividade preventiva, principalmente na negociação de conflitos e no tratamento com o cidadão. Nas duas últimas décadas foram verificadas iniciativas para melhorar a formação policial que ainda não foram suficientes para mudar a atuação do profissional. Além de detectar uma formação ineficaz, o estudo verificou a falta de regularidade no treinamento do policial ao longo de sua carreira e apontou para a necessidade da implantação de um novo modelo que não se restrinja a dar respostas imediatas às ações criminosas. Para surtir um efeito mais significativo, o trabalho sugere que essa mudança no currículo depende de uma nova estratégia de formação e da aplicação de recursos humanos e materiais.

Sociedade e Estado – vol. 20 – nº 3 – Brasília – set./ dez. 2005

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