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Boas práticas

Fundação dinamarquesa escolherá projetos por sorteio

Objetivo é diminuir vieses no processo de seleção e garantir avaliações mais transparentes

Para obter recursos da Fundação Novo Nordisk, da Dinamarca, alguns cientistas terão não apenas de apresentar propostas de qualidade, mas também contar com a sorte. Em janeiro, a instituição, que é uma das maiores financiadoras privadas de pesquisa do mundo, anunciou que adotará nos próximos três anos um sistema parcialmente randomizado para selecionar projetos nas áreas de biomedicina, biotecnologia, ciências naturais e interdisciplinares.

Um comitê avaliador, formado por especialistas de reconhecida competência em suas áreas, será responsável por uma primeira triagem. Mas como em algumas linhas de financiamento há mais propostas de alta qualidade do que dinheiro disponível, a fase final do processo seletivo terá um sistema de loteria. Um sorteio dirá qual projeto receberá a dotação entre vários candidatos com excelência equivalente.

O objetivo é evitar que eventuais vieses de pareceristas privilegiem cientistas bem estabelecidos em detrimento de jovens pesquisadores com ideias ambiciosas, garantindo, assim, uma avaliação mais transparente. Estima-se que, na Dinamarca, 90% dos recursos para pesquisa sejam concedidos a apenas 20% dos pesquisadores, em geral com longa trajetória científica e vinculados a instituições de prestígio. A expectativa da fundação é que o novo sistema amplie a diversidade de projetos apoiados.

Lene Oddershede, vice-presidente sênior da Fundação Novo Nordisk, disse à revista The Scientist que o novo sistema será utilizado em duas modalidades de financiamento que oferecem entre US$ 500 mil e US$ 800 mil para cada projeto e serão responsáveis por 10% dos recursos investidos pela organização.

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