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Tecnociência

Fundição de titânio por plasma

O titânio tornou-se o metal preferido na confecção de implantes dentários devido à sua excelente biocompatibilidade e resistência à corrosão na cavidade bucal e, mais recentemente, está sendo aplicado em próteses. A grande limitação do seu emprego, em restaurações e em próteses sobre implantes, era o processo de fundição, devido à sua elevada temperatura de fusão, baixa densidade e reatividade química com gases e substâncias presentes no revestimento. Com o desenvolvimento de equipamentos que empregam o processo de fundição por plasma-skull (casca), tornou-se possível aplicar o titânio na prótese dentária.

Como o preço desses equipamentos importados restringia o uso dessa liga no Brasil, a EDG Equipamentos, com sede em São Carlos, desenvolveu uma máquina totalmente nacional para fundir titânio, que recebeu o nome de Discovery Plasma. Para testá-la convidou o professor Antonio Carlos Guastaldi, do Grupo de Biomateriais do Instituto de Química de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Eles queriam saber se o equipamento era adequado para aplicação odontológica”, conta o professor. “As amostras foram submetidas a análise química e constatou-se que, antes e após as fundições, não houve contaminação do titânio, e as concentrações de gases presentes na estrutura metalúrgica estão de acordo com as normas para aplicação de biomateriais”, revela o professor Guastaldi.

O gás utilizado nesse processo é o argônio superpuro, que apresenta a propriedade química de ser inerte, ou seja, não reage com nenhum elemento químico da liga metálica ou do revestimento em estudo. Todo esse trabalho é necessário porque, como a porcelana vai ser aplicada sobre a peça protética, não pode haver contaminação, fator prejudicial à aderência entre os materiais.

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