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Brasil

Genoma contra a lagarta da soja

Deve terminar este mês o seqüenciamento do genoma do Baculovirus anticarsia, vírus utilizado como substituto dos pesticidas químicos no controle biológico da lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), a principal praga das lavouras de soja. Estudado em conjunto por equipes da Universidade de São Paulo (USP), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e das Universidades de Brasília (UnB), Mogi das Cruzes (UMC) e da Flórida, Estados Unidos, o baculovírus é formado por cerca de 110 genes, que integram um genoma com cerca de 133 mil pares de bases, dez vezes maior que o de outros vírus, como os agentes da hepatite C, dengue e Aids (ainda assim, dez vezes menor que um genoma bacteriano típico). A essas informações devem-se somar as conclusões da comparação entre as variedades de baculovírus encontradas nas diversas regiões brasileiras, que constitui a próxima etapa do trabalho.

Pretendemos entender e controlar a diversidade genética dos baculovírus, em função da resposta de campo, com a maior ou menor mortalidade das lagartas, diz Paolo Zanotto, virologista da USP e coordenador do trabalho. O baculovírus constitui o maior programa de controle biológico do mundo e uma alternativa importante aos agrotóxicos, sem impacto ambiental. Em paralelo, esse mesmo grupo de pesquisa desenvolveu um vírus recombinante que pode servir de hospedeiro para expressar genes de outros vírus, como o da meningite, para a produção de vacinas ou novas formas de diagnóstico.

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