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Tecnociência

Guarda-costas de coral

Danielle DixsonCoral nas ilhas Fiji emite odor que leva peixe a espantar alga tóxicaDanielle Dixson

O mar nos arredores das ilhas Fiji, na Oceania, revelou uma sofisticada relação de simbiose escondida sob a profundeza das águas. Diante da proximidade da alga tóxica Chlorodesmis fastigiata, os corais da região enviam um sinal químico, um tipo de odor, a peixes que habitam suas reentrâncias e, assim, esses vizinhos de quarteirão entram em ação em questão de minutos e espantam a ameaça. Cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, dos Estados Unidos, acompanharam por três dias esse mecanismo de defesa e constataram que o expediente reduz em 30% a presença da planta marinha agressora nos corais e diminui em até 80% os danos normalmente causados por esse tipo de situação (Science, 9 de novembro). “Demonstramos que o coral emite um sinal ou uma pista que faz o peixe remover a alga que se aproxima”, diz o biólogo Mark Hay, um dos autores do estudo. “O peixe não responde à presença da alga, mas a essa dica.” A espécie de coral estudada foi a Acropora nasuta, que cresce rapidamente e proporciona boa parte da estrutura dos recifes. Os peixes que saíram em socorro do coral amigo eram das espécies Gobiodon histrio e Paragobiodon echinocephalus. Os cientistas também estudaram o conteúdo do estômago dos peixes e constataram que o G. histrio chega a comer a alga tóxica enquanto o P. echinocephalus apenas a morde. No entanto, o principal alimento dos peixes são o muco e outras algas que se encontram nos corais e o zooplâncton presente na coluna de água.

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