Uma investigação realizada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada (Aist) do Japão levou à retratação de 13 artigos assinados pelo químico e especialista em nanomateriais Naohiro Kameta, que foi afastado do cargo de pesquisador da instituição. A apuração concluiu que ele cometeu má conduta ao fabricar e falsificar dados em 42 artigos publicados entre 2005 e 2022. Kameta trabalhava no campus da Aist na província de Ibaraki.
Foram encontradas evidências de que ele manipulou imagens de micrografia eletrônica, falsificou barras de diagramas para serem mais longas ou mais curtas e descartou amostras que deveriam ter sido preservadas. A nota de retratação de um dos artigos, publicada em outubro na revista Chemical Communications, da Royal Society of Chemistry, informou que o trabalho foi retirado a pedido dos autores por conter uma série de problemas com as imagens de microscopia eletrônica e “um erro grave com o comprimento da barra de escala, que era aproximadamente 1,7 vez menor que o real”.
No período em que os artigos foram publicados, Kameta havia recebido o equivalente a US$ 230 mil em recursos para pesquisa, dos quais US$ 35 mil foram usados em trabalhos que tiveram os dados falsificados. Os coautores dos artigos retratados informaram que confiaram na experiência de Kameta e não verificaram as imagens e dados adulterados que ele apresentou.
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