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engenharia

Jamaicanos por trás do ferro britânico

Estação St. Pancras, em Londres, exibe o ferro forjado no século XVIII

Dhowes9 / Wikimedia Commons

Documentos históricos recém-descobertos indicam que o método de produção de ferro forjado foi criado no século XVIII por metalúrgicos negros na Jamaica e levado para a Inglaterra pelo empresário britânico Henry Cort (1740-1800), a quem se atribuía a invenção da técnica. Representado em Londres pelas estruturas do Palácio de Cristal e da estação St. Pancras, o chamado processo Cort fez da Grã-Bretanha o maior exportador de ferro do mundo. A historiadora Jenny Bulstrode, da University College London (UCL), descobriu que muitos metalúrgicos escravizados da Jamaica tinham sido traficados da África Ocidental e Central, que já tinham siderúrgicas. Propriedade do inglês John Reeder, a fundição jamaicana foi destruída, por ordem do governo inglês, para evitar a fabricação de armas. Cort comprou as máquinas, mandou-as para a Inglaterra e patenteou a técnica nos anos 1780. “Se você perguntar às pessoas sobre o modelo de um inovador, elas pensam em Elon Musk ou em algum homem branco de jaleco”, disse Bulstrode ao jornal britânico The Guardian. “Não se pensa nos negros, escravizados, na Jamaica do século XVIII.” Ela resgatou os nomes de alguns metalúrgicos jamaicanos: Devonshire, Mingo, Mingo’s son, Friday, Captain Jack, Matt, George, Jemmy, Jackson, Will, Bob, Guy, Kofi e Kwasi (The Guardian, 5 de julho; History and Technology, 21 de junho).

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