Foi inaugurado nos Estados Unidos no dia 24 de maio um laboratório de 53 mil metros quadrados que ampliará a capacidade de diagnóstico e pesquisa de doenças infecciosas que atingem grandes animais. A Instalação Nacional de Defesa Biológica e Agrícola custou US$ 1,25 bilhão e fica em uma cidade de 55 mil habitantes, no estado do Kansas, chamada Manhattan.
O laboratório tem instalações com nível 4 de biossegurança, que é o de contenção máxima, indicado para proteger indivíduos de patógenos com alto risco de contaminação e potencialmente fatais, e foi projetado para mover grandes animais contaminados, como vacas e porcos, por meio de guindastes. Seu antecessor, o Plum Island Animal Disease Center, que funciona há 68 anos em uma pequena ilha isolada na costa do estado de Nova York, tem nível 3 de biossegurança e só conseguia trabalhar com animais de porte menor.
Com as novas instalações, será possível estudar um grupo mais abrangente de zoonoses, como a febre hemorrágica da Crimeia-Congo, uma doença viral transmitida por meio da picada de carrapatos, a encefalite japonesa, cujo vírus é transmitido por mosquitos para cavalos e seres humanos, e o vírus Nipah, transmitido por morcegos, que atinge porcos e pessoas, e mata entre 40% e 75% dos pacientes humanos.
Moradores dos arredores do novo laboratório ficaram preocupados com a manipulação de patógenos perigosos em uma área habitada – a Universidade Estadual do Kansas, por exemplo, fica na cidade – e cercada por fazendas agrícolas e de criação de animais. “Não entendo por que alguém colocaria uma instalação como essa no meio de uma área de gado e com plantações altamente produtivas”, disse à revista Science Larry Kendig, da Associação dos Criadores de Gado do Kansas. Os responsáveis pelo laboratório dizem que ele seguirá protocolos de segurança bastante rígidos, como o uso de equipamentos especializados.
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