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Tecnociência

Macaquices genômicas

NIKITA GOLOVANOVGenoma do rhesus: novas pistas sobre a evolução humanaNIKITA GOLOVANOV

As criaturas peludas que passam parte do tempo catando parasitas em companheiros parecem bem diferentes de quem lê esta revista. Em termos genéticos, agora se sabe, humanos e macacos rhesus diferem em 7%. O número é resultado do trabalho de cerca de 200 pesquisadores, que seqüenciaram o genoma do rhesus, ou Macaca mulatta (Science). A fisiologia dos rhesus é muito parecida com a humana. Por isso são muito usados em pesquisa médica. O material genético seqüenciado veio de uma única fêmea, mas os pesquisadores usaram amostras de 47 outros indivíduos para avaliar a variação em genes com importância médica. Algumas alterações genéticas que causam problemas em humanos também existem em rhesus, mas não em chimpanzés – cujo genoma é 98% semelhante ao humano. Os pesquisadores acreditam que o mapa detalhado do DNA dos rhesus ajudará a identificar genes envolvidos em males como câncer, diabetes e doenças cardíacas. A importância dessa informação vai além da medicina. Por serem muito parecidos, comparar o genoma humano ao do chimpanzé é pouco esclarecedor em termos evolutivos. Cotejá-lo ao de uma espécie menos aparentada trouxe dados inéditos a respeito de quais alterações genéticas surgiram na linhagem humana e quais vieram de seus ancestrais.

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