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Universo

Mais matéria que antimatéria

Experimento LHCb: decaimento de mésons gera mais partículas que antipartículas

ANNA PANTELIAExperimento LHCb: decaimento de mésons gera mais partículas que antipartículasANNA PANTELIA

Em seus primórdios, o Universo deve ter sido composto pela mesma quantidade de matéria e antimatéria, mas as observações atuais indicam que há muito mais partículas do que antipartículas no Cosmos. Um experimento com o objetivo de tentar entender essa assimetria fundamental foi conduzido no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), maior acelerador de partículas do mundo, situado nos arredores de Genebra. Batizado de LHCb, o experimento analisou dados produzidos no ano de 2011 e encontrou evidências de que o decaimento radioativo das partículas subatômicas conhecidas como mésons B0s gera mais matéria do que antimatéria – ou, como dizem os físicos em seu jargão, produz uma violação CP (Physical Review Letters, artigo submetido). Essa é a quarta partícula a exibir tal comportamento, mas o grau de confiabilidade das medições é sem precedentes, segundo os pesquisadores europeus. Embora esse tipo de violação possa ser explicado pelo Modelo Padrão da física, teoria que dá conta do que é feita a matéria e de como ela se comporta no nível subatômico, alguns desvios talvez precisem ser analisados por meio de estudos mais detalhados. “Sabemos que os efeitos totais induzidos pela violação CP são pequenos demais para explicar um Universo dominado pela matéria”, disse Pierluigi Campana, porta-voz do LHCb. “No entanto, ao estudar os efeitos desse tipo de violação, estamos procurando pelos pedaços que faltam desse quebra-cabeça.”

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