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Estratégias

Mais mulheres na pesquisa britânica

Em futuro não muito remoto, as mulheres, na Grã-Bretanha, deverão ocupar postos acadêmicos na mesma proporção em que hoje estão presentes nos cursos de graduação. Pelo menos é isso que pretende o Projeto Athena, lançado pelo ministro britânico da Ciência, Lord David Sainsbury, na última semana de fevereiro.

Com esse nome altamente sugestivo e uma dotação inicial de US$160 mil (100 mil libras esterlinas), para ser aplicada apenas no primeiro ano de vigência, o projeto deve forçar um recrutamento maior da força detrabalho feminina dentro da comunidade acadêmica. Segundo notícia publicada na Nature, de 4 deste mês de março, pretende-se, por meio de uma estratégia bastante diversificada, obter um crescimento de 10% nesse recrutamento, num horizonte de quatro anos.

Ao lançar o projeto, Sainsbury disse que o governo britânico está perfeitamente consciente de que não está aproveitando todo o talento disponível das mulheres. Observou ainda que a “reserva de competência” de onde saem os mais brilhantes acadêmicos da Grã-Bretanha poderia ser ampliada com o aproveitamento mais amplo da reserva de mulheres talentosas”.

Uma parte importante do projeto Athena será a organização de um cadastro de mulheres atuantes no ensino superior, com dados referentes a formação, qualificação, postos e salários, e concentrado inicialmente nas áreas de ciência, engenharia e tecnologia. O governo acredita que a coleta e a divulgação de estatísticas relacionadas a gênero, em questões como diferença proporcional de emprego nas instituições, poderá funcionar como uma poderosa alavanca para a mudança desejada.

Os responsáveis pelo projeto reconhecem que a boa vontade dos dirigentes universitários, acadêmicos, políticos e industriais que participaram da reunião de fevereiro terá de ser respaldada por mais dinheiro. Segundo Susan Bullivant, diretora já nomeada do projeto, será preciso obter mais US$160 mil para levá-lo adiante. E se o financiamento inicial do Athena veio do ensino superior e do governo, agora estão no topo da lista de potenciais financiadores a indústria e as sociedades científicas.

Mudar atitudes, culturas e práticas dentro das universidades não será fácil, segundo Bullivant, para quem a questão diz respeito sobretudo a melhores práticas na política de recursos humanos e, portanto, à contratação das melhores pessoas em cada caso, independentementede serem homens ou mulheres.

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